A palavra ayahuasca tem origem inca e refere-se à bebida sacramental produzida a partir da decocção de duas plantas nativas da floresta amazônica: o cipó Banisteriopsis caapo (popularmente chamado de mariri ou jagube) e as folhas de um arbusto, parente do café, o Psychotria viridis (popularmente chamado de chacrona ou rainha). A folha da chacrona tem como princípio ativo a dimitiltriptamina (DMT), um psicoativo poderoso.
Componentes presentes no cipó servem como inibidores (IMAO) e permitem que a DMT chegue a corrente sanguínea e atue no cérebro.
A bebida é conhecida por muitos nomes como yagé, vegetal, caapi, hoaska, daime, kahi, natema, pindé, dápa, mihi, vinho das almas, professor dos professores, pequena morte entre muitos outros nomes. Ayahuasca significa “liana (cipó) dos espíritos” e se tornou o nome mais popular da bebida.
Ela foi utilizada pelos incas e também por pelo menos setenta e duas tribos indígenas diferentes da Amazônia. Seu uso medicinal é conhecido em países como Peru, Equador, Colômbia, Bolívia e Brasil.
Estudos indicam, através de análise de achados arqueológicos como potes e desenhos, que a bebida é utilizada no continente aproximadamente 5 mil anos. Após pesquisar muito por aqui encontrei algumas informações bem interessantes, tais como:
Sabe-se que o primeiro registro antropológico do uso da ayahuasca, essa bebida enteógena tradicionalmente utilizada por diversas culturas indígenas da Amazônia, remonta ao século XIX. Em particular, o etnógrafo britânico Richard Spruce é frequentemente citado como o primeiro ocidental a documentar a ayahuasca.
Spruce, um botânico e explorador, fez extensas viagens pela Amazônia entre 1849 e 1864. Durante suas expedições, ele observou e registrou o uso de diversas plantas medicinais e enteógenas pelas tribos indígenas da região. Em 1851, enquanto estava no Alto Rio Negro, na atual fronteira entre Brasil e Colômbia, Spruce relatou suas observações sobre uma bebida feita a partir de uma planta que ele identificou como Banisteriopsis caapi, um dos componentes principais da ayahuasca.
Ele descreveu o uso cerimonial da bebida pelos povos indígenas locais, incluindo os efeitos alucinógenos e o propósito de cura espiritual e comunhão com o mundo dos espíritos.
O mais importante aqui neste post é que perceba que Ayahuasca é tida para muitos de nossos ancestrais como uma medicina sagrada, que infelizmente para outros se tornou algo banal, utilizado de diversas formas sem fins espirituais.
Todo cuidado é pouco e fica aqui o alerta para que quem for utilizar: sinta confiança em quem vai guiar o ritual e principalmente conduzir espiritualmente a cerimônia. Cuide-se!
Ayahuasca é para todos, mas nem todos são para ayahuasca!
Somos todas guardiãs e guardiões das medicinas da floresta.
Cuidemos, se ainda quisermos receber a cura que todas as plantas de poder tem a nos oferecer!
Já vivenciei muitas curas, presenciei momentos super especiais ao lado das plantas de poder, ritos ancestrais e povos originários, sou prova viva que as medicinas da floresta curam a quem também faz sua parte o processo.
Madrinha Lua
@luadafloresta
@lua-rosavermelha
@conexaoindigena
Fontes de pesquisa : https://www.lotusxamanismo.com.br/o-que-e-ayahuasca/
Notes of a Botanist on the Amazon and Andes" (1908) - Este é o principal trabalho de Spruce que detalha suas experiências botânicas e etnográficas durante suas viagens pela Amazônia e regiões Andinas. Ele inclui observações sobre o uso da ayahuasca e outras plantas medicinais pelos povos indígenas.
"The Botany of the Amazon Valley" (1908) - Outra obra de Spruce que se concentra especificamente em suas descobertas botânicas na região amazônica. Embora o foco principal seja nas plantas, também contém informações sobre o contexto cultural e etnográfico das comunidades indígenas.