Dança do Sol
Originária de tempos imemoriais, a Dança do Sol é um ritual onde maioria dos homens participam em honra o feminino, em conjunto com a força do sol, celebrando fases da vida, a importância da ancestralidade e do sagrado caminhar na terra, honrando o passado, vivendo o presente, com esperança de um bom caminho, de mãos dadas a um propósito.
Segundo lendas nativas, foi a Mulher Búfalo Branco quem compartilhou esse rito com os povos Lakotas, ensinando-os a honrar a morte e a vida, em harmonia com todos os seres.
A dança, em sua essência, é uma expressão universal que transcende culturas e épocas. É desafiador apontar um único momento ou local onde se originou a dança, pois ela está profundamente enraizada na história da humanidade. O propósito da dança do Sol é reconhecer, com gratidão e celebração, o milagre da vida, do sagrado feminino, da existência da família e de tudo o que vem dela, sendo o objetivo dançar ao redor da Árvore da Vida, conectando-se com o Pai Sol, para perceber, que todos são “um com o Universo” e que a existência inteira é uma “dança”.
A prática consiste em uma dança, em jejum, como na Busca de Visão, durante quatro dias, em um círculo cerimonial ao redor da chamada “Árvore da Vida”.
Em todas as culturas, a dança desempenha um papel importante, seja nas celebrações, nos ritos sagrados, nas expressões artísticas e nas atividades cotidianas. Algumas das primeiras evidências de danças foram encontradas em pinturas rupestres e em esculturas antigas, que retratam figuras humanas em posições que sugerem movimentos coordenados ao redor da árvore da vida, bem como pessoas suspensas nas mesmas árvores, nossos amigos pra lá de corajosos, os Aguilitas!
A origem da Dança do Sol é um mistério que por poucos foi desvendado. No entanto, o que sabemos é que esta dança é um rito ainda presente nos dias atuais, uma experiência única, que realmente nos conecta com uma grande força e sabedoria ancestral.
A Dança do Sol é um dos sete Ritos Sagrados deixados pela Mulher Búfalo Branco para a Nação Lakota, sendo assim, diz esta lenda que é originária dos povos indígenas norte-americanos, vindo de uma encatada.
Após ler diversos artigos percebe-se que a Dança do Sol é a maior e mais importante cerimônia para boa parte dos povos nativos das grandes planícies e do México, peregrinos do caminho vermelho.
Ao participar da minha primeira Dança no México em 2019, em Tenango Del Valle com Abuello Cuauhtonal, foi possível observar o quão ancestral este rito é, e o quão lindo é ver dançantes ao redor da árvore da vida honrando seus pedidos, promessas, presentes recebidos, e sua família de sangue.
Confesso que foi bem diferente pra mim esse jeito de oferendar amor para Mãe Terra, mas confiei na força maior que me levava até aquele altar. Logo comrpeendi um pouco porque eu estava ali.
Meu sangue desceu após muitos anos sem dar notícia, dentro do primeiro Temazcal ( imagina a força)! Vi de perto como a energia da Lua é presente em mim, mesmo dançando para o sol. De imediato fui conduzida a um lindo espaço sagrado na montanha, onde vivi momentos incríveis, não pude ficar com os demais, e me isolei mais uma vez, num pedacinho da floresta.
Na segunda Dança Em Portugal, com chefe Wambly, Mazatzin e Abran, vivi momentos incríveis que realmente marcaram minha história, me mostrando um lindo caminho a seguir junto aos altares do mundo, que é onde quero e sempre caminharei para estar.
É bonito este caminho ancestral, me sinto honrada em poder viver esses ritos já vividos por nossos antepassados há séculos atrás, honrando aos "Abuelos, Abuelas" e caminhantes que se dedicam a esses estudos, para compartilhar ensinamentos conosco até os dias hoje… conhecimentos esses, inesquecíveis e muito sagrados.
Durante quatro dias, desde o nascer até o pôr do Sol, os participantes da Dança do Sol dançam em jejum absoluto e em círculo ao redor da Árvore da Vida, oferecem todo esforço, cantos, preces e seu sangue, em agradecimento e reverência a tudo o que a vida deu, dá, e dará, para quem dança, para suas relações, e para toda a humanidade.
Segundo algumas tradições, alguém que queira seguir o caminho vermelho como um(a) dançante do sol precisa antes, cumprir com quatro anos de Busca de Visão.
Jamie Sams, na minha opinião uma renomada xamã e autora, oferece uma visão profunda e inspiradora sobre a Dança do Sol, um ritual sagrado de grande importância para as culturas indígenas.Para ela, a Dança do Sol vai muito além de uma cerimônia; é uma jornada espiritual, um caminho de cura e transformação.
A dança é vista como um poderoso instrumento de cura, tanto física quanto espiritual. Através dela, os participantes podem liberar emoções reprimidas, curar feridas do passado e encontrar um novo propósito de vida.
A Dança do Sol celebra a importância de honrar a Mãe Terra. Os participantes são convidados a se conectar com os elementos da natureza e a reconhecer seu lugar no grande ciclo da vida.
A Dança do Sol exige um grande compromisso e sacrifício dos participantes, sejam eles dançantes ou apoiadores. Ao renunciar a certos desejos e apegos, os indivíduos abrem espaço para a cura e a libertação.
Em um mundo cada vez mais acelerado e desconectado com a natureza, a Dança do Sol oferece uma oportunidade para as pessoas reconectarem-se com elas mesmas e com energias naturais através da dança, da música e da sincronia do SOL.
Os ensinamentos da Mulher Búfalo Branco são mais relevantes do que nunca, pois nos convidam a viver em harmonia com a natureza e a cuidar uns dos outros, como conseguirmos, sempre que necessário.
A Dança do Sol é um caminho sagrado, um presente que nos permite crescer espiritualmente e encontrar nosso lugar no mundo. Ao participar dessa cerimônia, podemos sim nos curar, nos transformar e viver uma vida mais plena, unidos verdadeiramente ao nosso propósito, sozinhos ou acompanhados, unidos a nós mesmos.
Se você busca uma experiência transformadora e deseja se conectar com suas raízes ancestrais, a Dança do Sol pode ser um caminho poderoso. No entanto, é fundamental respeitar as tradições e buscar orientação de líderes espirituais que possuem o conhecimento e a autoridade para conduzir essa cerimônia altamente sagrada.
Achei belíssimos altares, e agradeço toda essa caminhada.
que venha minha terceira Dança|, quarta…quinta!
Gratidão aos Abuelos e Abuelas que mantém essa chama acesa!
Uma vez dançante, sempre dançante!
OKA!!!
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Neste momento da escrita, estou vendo o nascer do SOL, mais uma vez...
Obrigada por ter lido até aqui!
Aho Mitakuye Oyasin